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O bispo de Viseu diz que conta com padres que pediram
a dispensa do exercício do sacerdócio para reavivar a diocese e sustenta que a
Igreja Católica está a perder influência em Portugal.Em entrevista publicada
hoje no Semanário Agência ECCLESIA, D. Ilídio Leandro revela que reuniu com
padres que deixaram de exercer o ministério, encontros de que resultaram
“reflexões importantes” e que colocaram a questão de saber como se podem
“integrar mais na ação da Igreja”.
Viseu, 27 nov 2012 (Ecclesia)
“Nem todos participaram nos três encontros,
mas contámos sempre com cerca de 20 presenças”, declara, adiantando que
“muitos” dos sacerdotes em questão vivem fora da diocese.Os padres que pediram
dispensa “lamentam” por vezes “um certo ostracismo, um esquecimento, uma
marginalização mesmo que em algumas situações”, aponta o prelado.“Há sempre a
dificuldade de apresentar uma possibilidade de servir a Igreja sendo eles
padres, porque pediram a dispensa do exercício sacerdotal mas não deixaram de
ter o sacramento da Ordem”, assinala.Todos os participantes nos encontros
“fizeram propostas para a diocese”, diz D. Ilídio Leandro, acrescentando que
“há alguns bem realizados e felizes na relação que têm com a Igreja porque
estão identificados com a sua missão e vocação”.O prelado está a preparar um
encontro “com todos os que têm formação teológica”, incluindo padres que
pediram dispensa do ministério, professores de Educação Moral e Religiosa
Católica, diáconos e antigos alunos de Seminário “que completaram o seu curso
de Teologia mas se ausentaram da vida da diocese”.Na reunião, que “talvez” se
realize na Quaresma, D. Ilídio Leandro vai questioná-los sobre o contributo que
podem dar na formação, “aposta fundamental” da diocese viseense.O vogal da
Comissão Episcopal do Laicado e Família lamenta que a sociedade portuguesa
esteja a perder a crença na transcendência.“O homem tornou-se ídolo de si
próprio, deixou de viver a sua vida em relação. E quando perde a alteridade, a
referência ao outro, e este Outro com letra grande que é Deus, procura-se a si
próprio e ilusoriamente constrói a sua vida”, pensando que realiza “um ideal
portador de felicidade”, observa.A “falta de referências” na sociedade atinge
também a Igreja Católica, “que se sente isolada e ausente dos contornos da
missão” e, ao mesmo tempo, “vai perdendo espaço”.A Igreja, “realizada nas
pessoas e na sociedade deste tempo, vai sendo truncada na sua orientação e
vai-se interrogando até que ponto é capaz de, na contemporaneidade das
dificuldades, projetar a missão que está no Evangelho”, salienta.O prelado
mostra-se satisfeito com a ordenação, há cinco meses, dos primeiros 10 diáconos
permanentes da diocese.“O contributo está a ser positivo e serve também para
aprofundar a missão da Igreja enquanto servidora da humanidade. Se o sacerdote
tem como orientação a realização da ação de Cristo nas comunidades, o diácono
permanente tem como missão a expressão do Cristo servidor, nas mais diversas
dimensões”, realça.
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