União das Associações dos Antigos Alunos dos Seminários Portugueses
Ainda condicionados pela pandemia, que
determinou uma sessão comemorativa do 10.º aniversário da UASP via plataforma
electrónica Google Meet, reuniram, em 19.09.2021, as várias associações que a
integram no sentido de assinalar a data da sua fundação formal, que ocorreu em
17 de Setembro de 2011, embora a sua direcção executiva tenha estado reunida,
em conjunto, no Centro Pastoral de Nossa Senhora da Piedade de Ourém, de onde o
encontro foi transmitido electronicamente.
Havia sido concedida a possibilidade de
presenciar o encontro naquele Centro Pastoral a quem assim pretendesse, mas
imperou a cautela e apenas dois antigos alunos estiveram presentes no local
além do Presidente da Direcção, o Rev. Pe. Armindo Janeiro, o seu
vice-presidente António Agostinho, estando também representado o secretariado
pelo Luís Matias.
De assinalar que das doze associações de
antigos alunos que a integram, apenas a Associação dos Antigos Alunos do
Seminário do Funchal não esteve representada, certamente por dificuldades de
comunicação.
Aberta a sessão, cantou-se o hino da
associação, o Presidente da Direcção deu as boas-vindas, assinalou a data
saudando os presentes e os ausentes, sobretudo os já falecidos, previamente a
uma oração que se seguiu por todos que, de alguma forma, têm contribuído para o
sucesso associativo, designadamente o dr. Amilcar Mesquita, nesta caminhada
para a Vida Eterna.
A sessão havia sido estruturada em duas
partes. A primeira para reflectir sobre o passado e a segunda para projectar o
futuro.
Todos foram unânimes quanto ao sucesso da
associação nestes primeiros dez anos de vida, que cumpriu exemplarmente o seu
objecto fixado nos Estatutos, sendo realçado, em particular o projecto “Por
Mares Dantes Navegados” que levou a UASP em Missão por terras de S. Tomé e
Príncipe, Cabo Verde, Guiné, Angola e Madeira, lamentando-se o, por enquanto,
não realizado projecto de demandar Moçambique que e pandemia Covid-19 tem
adiado. Alguém dizia: - “É pelo sonho que vamos e chegamos”.
Mas tantas outras foram as suas
realizações, designadamente, fóruns, momentos culturais, concertos. Mais
pormenorizadamente poderá ser consultada toda a miríade de realizações num
vídeo, alojado em https://www.youtube.com/watch?v=ChL7fYzGNP4,
que revisita os caminhos percorridos, e
que o Alfredo Monteiro apelidou de “bonito, excelso e cheio de coração”.
Foi também dado enfoque à sua génese e aos
autores da ideia de congregar todas as associações de antigos alunos numa
organização de cúpula, após o diagnóstico feito no livro “Seminários – Da
Memória à Profecia”, um projecto em que muitos colaboraram, mas a essência
assentou no trabalho do Pe Armindo e na disponibilidade de Mons. Luciano
Guerra.
Em suma, acrescentou-se valor às casas que
nos formaram, enfocou-se a “consciência do tempo”, citou-se Santo Agostinho,
para mitigar as dificuldades esplanadas pelas associadas: “Conhece-te,
aceita-te e supera-te”, recordou-se sentidamente o Pe. Rocha Monteiro, autor do
hino da UASP, já falecido.
Após uma resenha da primeira parte,
enfocou-se o futuro. E se alguns ainda evidenciaram uma grande esperança, (…
temos gente para a aguentar mais de quarenta anos) outros estiveram mais
cépticos porque a idade não perdoa e nota-se o claro envelhecimento da maioria
dos presentes, que anos a fio estão à frente dos destinos das suas associações
sem se vislumbrar forma de substituição. À parte Vila Real que tem mantido
rotação nos cargos dirigentes e ainda muita matéria-prima para prosseguirem
fortes e coesos.
Mesmo assim, globalmente, foi ainda
manifesta a esperança de que a associação se aguente mais uns anos, bodas de
prata pediam, pelo menos, alguns, até porque há ainda algumas dezenas de
seminários que não têm representação na UASP e a sua inclusão poderia trazer
sangue novo, mas não tem sido fácil integrá-las. Os seminários são agora
diferentes, têm poucos alunos, o que leva necessariamente ao repensar a UASP
rumo ao futuro. Houve quem falasse num novo 2.º Congresso, como meio de
renovação.
Não devemos renunciar ao sonho de
continuar e ajudar os que mais precisam dentro de cada associação, conhecendo a
situação de cada um. O desinteresse associativo nos moldes tradicionais é
evidente pelo actual estilo de vida das maiorias: - Antes organizava-se tudo à
volta das escolas! Hoje é à volta dos bares!
Todos juntos seremos mais fortes, dizia o
José Amorim.
Finalmente, em jeito de conclusão quanto
ao futuro rematou o Pe Armindo ter bem a consciência das dificuldades mas que
não lhe trazem angústia nem falsa esperança. Ainda há caminho para andar mas
foi adiantando que a renovação é essencial, por isso há que pensar bem no
futuro, até porque a pandemia pode trazer consequências.
Américo Vinhais, AAACARMELITA
Gabinete de Comunicação da UASP