quarta-feira, 11 de setembro de 2019

D. António Francisco- 2º aniversário do seu falecimento


D. António Francisco dos Santos, 2017-2019


-1- Foi há dois anos, em 11 de setembro de 2017. De manhã bem cedo, D. António, partiste. Era segunda feira.

Em plena autoestrada da vida, em data que ninguém esperava, em circunstâncias que ninguém supunha e no momento em que a cidade e a diocese, rendidos ao teu trabalho, à tua bondade, ao teu convívio, à tua clareza, à tua estatura e aos teus passos, apareceu de madrugada o Senhor da Vinha.

Em vão chamaste pelos homens.

Em vão também terás dito ao Senhor da Messe que tinhas à tua espera e agendada visita aos teus amigos, ao teu clero, às tuas paróquias, aos teus «sem abrigo», aos teus «deserdados da sorte», aos pobres das tuas ruas, às ruas da tua cidade ou à cidade do teu povo.

Dois dias apenas depois de reunires em Fátima a tua diocese inteira, a teres oferecido à virgem de Fátima e lá mesmo teres arrancado e divulgado a esperança de uma frutuosa missão pastoral, a tua nova viagem começou.

A Semente  lançada, caiu em terra fértil e, sem retorno, o fruto nascente e promissor continua a fazer caminho no avanço da missão em que todos somos discípulos missionários

 «A Alegria do Evangelho é a nossa Missão» é a grande mensagem (que ficou, recordamos e vivemos) constantemente saída dos teus braços abertos a todos, do teu sorriso nunca escondido a ninguém e da tua alegria contagiante ao cumprimentar os sem abrigo da rua sem teto nem pão ou saudar os altos responsáveis da cidade ou da nação.

-2- Dois anos volvidos e já sem ti, é bom não esquecer tudo isto, é bom manter a chama viva fazendo sempre presente o tamanho das tuas virtudes, mantendo ardente  a luz da esperança na esperança que todos reconheçam como seria bom imitar os passos e virtudes que sem dares conta ficaram semeados nos caminhos que percorreste, nas comunidades que visitaste, nas dioceses que serviste e nos amigos que fizeste.

«Se ninguém morre e desaparece enquanto viverem as coisas que fez» (Steinbeck, então viverás ainda muitos anos no meio de tudo isto e de todos por onde andaste e passaste e não desaparecerá no tempo o sorriso da tua bondade a roçar (ainda em vida) os passos da santidade oferecidos por ti ao teu povo. Porque tu continuas  e continuarás cá sem medida de tempo.

-3- Homem de Maria, tinhas nEla a tua luz. Homem da virgem peregrina, tinhas nEla a tua esperança; e quando, de 10 de abril a 1 de maio de 2016, Ela visitou as 400 paróquias da tua diocese, tu A acompanhaste momento a momento, passo a passo, de pé firme e sempre ao seu lado, a falar dEla ao povo que em silêncio tudo ouvia. Homem de Fátima tinhas neste santuário altar do mundo (onde em discurso direto contigo me encontro hoje, 29 de agosto, dia do teu aniversário) a tua inspiração mariana. Aqui estiveste há 52 anos, seminarista ainda, a ver Paulo VI no cinquentenário das Aparições; aqui te deslocaste vezes sem conta no teu múnus sacerdotal e episcopal; aqui conduziste a ASEL num dos momentos altos da sua existência; aqui trouxeste em peregrinação de sentido único a cidade e a diocese em 9 de setembro de 2017 e aqui, dEla, de tudo e de todos te despediste também.

D. António Francisco, a tua voz agora é silêncio.

O teu silêncio porém é voz que se ouve porque fala por ti a tua memória como sombra benfazeja da tua vida.

Em cada um continua a residir a miragem e um espaço de te reencontrar para te confidenciar mais uma coisa que não foi dita, um desabafo que aguardava momento ou ouvir algum conforto espiritual ou humano que tanta alegria e paz dava aos teus ouvintes.

Recordar é não esquecer.

Não esquecer é continuar a «caminhar contigo» até onde e enquanto Deus quiser.

…porque sente-se ainda no ar o ruído do teu andar e no chão a sombra da tua passagem.

 
Adão Sequeira  



      

Um comentário:

  1. Li este artigo na Voz de Lamego. Sinceramente comoveu me e porque?
    Em primeiro lugar, acompanhei o Sr. D. António durante os anos k estive mais ligado à direção da ASEL. Aliás chegou a ser membro dessa mesma direção desde o meu 1*mandato comigo a Presidente. Conhecia alguma da sua personalidade, mas esses contatos permanentes fizeram com que eu o tivesse como Alguém muito Especial nos mais diversos campos.
    Em segundo lugar, as palavras escritas pelo Adao, não deixaram dúvidas da fraternidade k os ligava e o sofrimento k ainda hoje deve sentir com essa perda k por sinal lhe foi comunicada por mim.
    Belas e doutas palavras. Sentidas e merecidas. Reais no tempo e no futuro. Prova de Amizade pessoal e de presença constante.
    Obrigado Adao por mais uma vez conseguires transmitir tão frontalmente um sentimento k retiras a quem tanto o respeitava e reconhecia, quaisquer outros comentários.
    Para ti, Amigo Xiquinho, sempre o serás, no Santo Lugar onde te encontras, não esqueças nunca teus Amigos e Tua ASEL.
    Para ti, Adao Sequeira, obrigado pelas palavras cheias de emoção, devoção e verdade.
    Candido Teixeira

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