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D. António Francisco - e 7 anos que já foram 11-09-2024- Adão Sequeira
-1- Lembrar, recordar ou reviver D. António não cansa nem é demais.
Não é bom em nada nem em tempo algum o caminho fácil do
esquecimento.
Mesmo quando já se falou tudo, se disse tudo ou se lembrou tudo, há
sempre um outro tudo ainda maior que ficou por mostrar, dizer ou viver.
Sete anos vão já no tempo e o tempo continua igual, em sequências
contínuas e com dias sempre novos.
Os anos e dias no céu não têm contagem igual à nossa ou significado
legível, mas é aqui na terra que vivemos e às suas condicionantes nos
agarramos nas limitações que temos.
À falta de melhor inteligência, o simbólico nº 7 ajuda-nos a escrever.
O nº 7, na Bíblia, indica perfeição de Deus e a conclusão de um ciclo.
Ao 7º dia Deus descansou plenamente realizado com a obra da criação.
O Génesis, o Êxodo, o Levítico, o livro de Josué, o livro dos Reis, os Salmos,
Provérbios, Daniel, o Evangelho e especialmente o Apocalipse são um
manancial de simbolismo e interpretação do nº 7 .
O nº 7 e os seus múltiplos conduzem-nos também ao mesmo sentido:
Plenitude, Perfeição, Descanso, Ausência de Limite.
Recordamos o passado, esperamos o futuro e o resto é presente que
deixa de o ser exatamente no momento em que o foi, pois só por ilusão da
nossa mente vemos como presente contínuo o que já é passado recente.
-2- Tudo isto tem a ver com os 7 anos que leva de falecimento o Snr. D.
António Francisco dos Santos ocorrido em 11 de setembro de 2017.
O tempo passa, amadurecemos a mente, serenamos a vontade, ajuizamos
melhor, aceitamos a realidade, mas não podemos esquecer ou alienar o
que foi tão válido no tempo em que o foi.
Foi o homem necessário colocado no seu tempo e também no seu tempo
do seu local retirado.
Deus trocou as voltas e ficou apenas a imagem, a lembrança, o tempo e o
caminho.
Se o ideal não existe temos de nos contentar com o normal aceitável e o
aceitável e desejável é manter acesa na memória do tempo a chama das
suas virtudes e fazer delas luzeiros que alumiem e iluminem sem
obscurecer nem ocultar novas luzes e virtudes de outros que Deus
entretanto coloca nos nossos caminhos.
Falando de D. António, nem todos pensamos da mesma maneira, mas a
verdade é igual para todos e todos sabemos que o tempo da Igreja como
Instituição não é o mesmo nem igual ao tempo dos leigos orantes na sua
esperança, fé e crença mais caseiras.
O Caminho do Céu é curto e rápido pois entramos, (à partida), no
anfiteatro do mesmo logo após a nossa morte.
Diferentes são os passos a dar, a distância a percorrer, as exigências a
ultrapassar, as provas a obter e o tempo a esperar para alguém que,
chamado à presença de Deus possa ser considerado exemplo a imitar e
como tal subir à Glória de Venerável, Beato ou Santo.
Nem S. João Maria Vianey, o grande Santo Cura d´Ars, hoje patrono do
Clero, escapou à dificuldade e exigências desse caminho onde chegou
somente quase 70 anos após a sua morte.
-3- Sem pressa nem perda de tempo, façamos todos todos nós e cada um
o que nos compete: rezar, invocar, testemunhar, manter e divulgar.
«Caminhar» ou «Caminhando com D. António» é um percurso de
aperfeiçoamento, de humildade e de virtudes vividas no processo da vida.
A Fé não dorme, a esperança não falha e a caridade não espera.
Morreu já, foi em 4 de junho deste ano, o Padre que dizia «eu agora só
rezo ao António». Com a sua partida perdeu-se um pioneiro da causa e
um dinamizador insistente, se calhar inoportuno mas verdadeiro.
Assim, cada vez a orfandade é mais sentida: a solidão aumenta, as vozes
não falam e o silêncio não se ouve.
Mas tempo virá. O advento «há-de vir» antes que as pedras falem.
Estamos na «estrada» e seguimos a estrela, estamos no caminho e
sejamos, como ele, bondade e sorriso, alegria e esperança, ação e
verdade, exemplo e vida.
O resto é com Deus.
Adão Sequeira
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