ROSTOS NESPEREIRENSES
AUTOR
: PADRE JOSÉ JUSTINO LOPES
A propósito do livro “ Rostos Nespereirenses “ de autoria do Padre José Justino Lopes, editado em 2022, recebemos do Ex.mo Senhor Dr. Adão Sequeira um Artigo Informativo com o título : “ Rostos Nespereirenses-Mais um Livro do Pe. Justinho Lopes”, que temos o prazer de transcrever na íntegra e que aqui vai publicado.
Seminário de
Lamego, 2 de Novembro de 2023
O Presidente
da Direção,
Luis de
Sousa Ferreira
Rostos Nespereirenses
Mais um livro do Pe. José Justino Lopes
-1- «Este chama-se Zé..»; assim escrevia, em junho de 1968, José Justino Lopes, (Ant. Estrela Polar- pág.
565),
Era uma jovem criança, 5 anos apenas, mas tinha nome e rosto.
Era o Zé.
Vão já no tempo 55 anos e esse artigo do então Justino feriu
até hoje a minha sensibilidade e marcou o meu tempo a ponto de poder afirmar
que nunca mais escrevi uma carta ou mandei um cartão sem expressar o nome do
amigo a quem me dirigia, como ainda hoje na correspondência eletrónica ou SMS,
evoco sempre o nome da pessoa de destino. O nome é o rosto.
-2-
A introdução feita e o simbolismo que arrasta é o melhor comentário ao
livro «Rostos Nespereirenses» do Pe. José Justino Lopes, editado em novembro de
2022.
Se ficasse por aqui, todo leitor entendia a mensagem do Pe.
Justino ao editar nesta data em livro os textos que foi publicando ao longo do
tempo.
Nespereira, arciprestado e concelho de Cinfães, cultura de minifúndio,
terra dividida em parcelas de pequena grandeza onde, ao tempo, cada família com
amor e suor amanhava os seus espaços e deles colhia a subsistência da vida.
Aqui, por 18 anos, viveu e pastoreou, alegremente, visitando todos os lugares,
todos os doentes, ao sol, à chuva e ao vento, a pé, de carro ou a cavalo.
Este livro é uma riqueza de memória que deixa na história a
vida e os nomes de pessoas que foram gente com nome e que, por iniciativa e
ação do Pe. Justino, deram nome à sua terra.
Tiveram sorte as gentes de Nespereira, pois as sobras do
tempo da sua vida pastoral aplicou-as o Pe. Justino a fazer permanecer no tempo
nomes de pessoas que foram marca edificante naquela paróquia que tão bem
conheço.
Escrita assim, esta é a verdadeira história das terras e
memória dos povos.
Que bom que era, para as terras e as pessoas, se em cada
paróquia (ou freguesia) houvesse um pároco ou leigo que pudesse livrar do
esquecimento tantas pessoas notáveis, desde os mais humildes colaboradores aos
mais letrados ou benfeitores.
Património sem preço este rasto da memória.
-3- São vida e obra, dedicação e oferta, verdade e ação de 35 nomes
verdadeiros, conhecidos, lembrados, desde a iletrada e dedicada catequista aos
exemplares párocos que o antecederam ou paroquianos benfeitores, todos
verdadeiros marcos e esteios de um sacerdote que de todos precisa para a todos
poder ser útil.
Os textos são enriquecidos e enformados por toda uma panóplia
de factos, datas e nomes multiplicados 35 vezes por dezenas de outros que no
meio e de permeio no livro ficaram com rosto também.
Um livro como este é sempre fruto de muito trabalho interior,
dedicação, risco e doação. É uma entrega em oferta, é uma oração contínua, é
uma vida com os seus.
Não há interesse de imagem nem busca comercial, há invocação
e evocação.
É quase um bater à porta do céu e acordar a Deus para olhar
para os seus, deles se lembrar e os guardar nos seus espaços eternos.
A freguesia de Nespereira, como muitas outras, é rica e
fértil não só em pessoas e virtudes, mas também em lendas e tradições, usos e
costumes, festas e romarias, feiras e mercados, e a tudo isto o autor esteve
atento e foi pródigo na divulgação.
A paróquia tem vida intensa, renhida e diversa. Quando uns
pedem «sol em Ervilhais», à mesma hora reza-se a pedir «chuva em Carvalhais».
Mesmo quem não conhece fica facilmente a conhecer a vida, o
rosto, as ações e intenções das pessoas que giram, andam e se deslocam.
O livro lê-se em contínuo com gosto e agrado porque a escrita
é viva, fluente, descritiva.
-4- Edificantes e louváveis são as frequentes referências aos seus irmãos
padres que o precederam no tempo ou no tempo com ele conviveram.
Interessante é o «tu» coloquial e paroquial como descreve as
pessoas e os atos, reconhecendo novamente que os rostos que viajam na ruas são
também «Estrelas do seu Caminho» .
No livro e para sempre estão descritos as serras e os vales,
as ruas e os caminhos, as «alegrias e as dores, as penas e trabalhos», riqueza e
pobreza, nobreza e virtudes, rostos e vidas, coisas e pessoas, que viveriam já
no lago do esquecimento se o Pe. Justino lhes não tivesse garantido a história
das suas memórias.
Com os meus parabéns por dar vida ao passado vai o meu
agradecimento por recordar os seus devotos fundadores, meus vizinhos de
nascença, e garantir memória futura «à Senhora do Castelo», imagem
protetora e sobranceira ao meu lugar de Sanfins na freguesia de Piães que tem
também a protegê-lo a Senhora do Socorro.
Adão
Sequeira
(novembro
2023)
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